segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
Porco-espinhos/homens
“Um grupo de porcos-espinhos num frio dia de inverno se aglomerou para, através do aquecimento recíproco, não morrer de frio. Contudo, logo começam a sentir os espinhos uns dos outros, o que os leva então a se afastarem novamente. Quando a necessidade de aquecimento os aproxima mais uma vez, repete-se aquele segundo infortúnio. Neste vai-e-vem em meio aos dois sofrimentos, seguem até encontrarem uma distância segura entre eles, na qual podem melhor suportá-los. Do mesmo modo os homens são impelidos uns aos outros pelas necessidades da sociedade, de cujo seio surgem o vazio e a monotonia. Entretanto, suas particularidades assaz desagradáveis e defeitos insuportáveis os afastam mais uma vez. A distância mediana ao fim encontrada, na qual podem se reunir, são a polidez e os bons costumes (...) Quem no entanto tem muito de seu calor interno prefere ficar longe da sociedade, para não ser incomodado e não causar incômodo.”
- Arthur Schopenhauer, Parerga und Paralipomena II
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