terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

MONOTONIA


É segundo por segundo
Que vai o tempo medindo
Todas as coisas do mundo
Num só tic-tac, em suma,
Há tanta monotonia
Que até a felicidade
,Como goteira num balde,
Cansa, aborrece, enfastia...
E a própria dor quem diria?
A própria dor acostuma.
E vão se revezando, assim,
Dia e noite, sol e bruma...
E isto afinal não cansa?
Já não há gosto e desgosto
Quando é prevista a mudança.
Ai que vida!
Ainda bem que tudo acaba...
Ai que vida tão comprida...
Se não houvesse a morte, Maria,
'Eu me matava!

_________ Mario Quintana - Preparativos de Viagem

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