domingo, 11 de dezembro de 2016

Vaidade

"Vaidade, vaidade e vaidade em toda parte - até na beira do caixão e entre pessoas que se preparam para morrer em nome de uma convicção elevada. Vaidade! É de supor que seja um traço característico e uma enfermidade peculiar do nosso século. Por que não se ouvia falar desse horror entre os antigos, como se falava da varíola e da cólera? Por que será que em nosso século só existem três tipos de pessoas: as que de saída tomam a vaidade como um fato inevitável da existência e, portanto, como algo justo, e a ela se submetem espontaneamente; as que tomam a vaidade como uma condição infeliz, mas inexorável; e por último as que agem sob sua influência, de modo inconsciente e servil? Por que Homero e Shakespeare falavam de amor, de glória e de sofrimento, mas a literatura de nosso século é apenas de um interminável relato de 'Esnobismos' e  'Vaidades'?"

Liev Tolstói. Contos. "Sebastopol em maio".

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