terça-feira, 21 de agosto de 2018

Quem me leva os meus fantasmas


De que serve ter o mapa se o fim está traçado, 
De que serve a terra à vista se o barco está parado, 
De que serve ter a chave se a porta está aberta, 
Pra que servem as palavras se a casa está deserta? 

Aquele era o tempo em que as mãos se fechavam 
E nas noites brilhantes as palavras voavam 
E eu via que o céu me nascia dos dedos 
E a Ursa Maior eram ferros acesos 

Marinheiros perdidos em portos distantes 
Em bares escondidos em sonhos gigantes 
E a cidade vazia da cor do asfalto 
E alguém me pedia que cantasse mais alto 

Quem me leva os meus fantasmas? 
Quem me salva desta espada? 
Quem me diz onde é a estrada? 

Aquele era o tempo em que as sombras se abriam 
Em que homens negavam o que outros erguiam 

E eu bebia da vida em goles pequenos, 
Tropeçava no riso, abraçava de menos. 
De costas voltadas não se vê o futuro 
Nem o rumo da bala nem a falha no muro 

E alguém me gritava com voz de profeta 
Que o caminho se faz entre o alvo e a seta. 

Quem leva os meus fantasmas? 
Quem me salva desta espada? 
Quem me diz onde é a estrada? 
Quem leva os meus fantasmas? 
Quem leva os meus fantasmas? 
Quem me salva desta espada? 
E me diz onde é a estrada 

Quem leva os meus fantasmas? 
Quem me salva desta espada? 
Quem me diz onde é a estrada? 
Quem leva os meus fantasmas? 
Quem leva os meus fantasmas? 
Quem leva? 

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