quarta-feira, 16 de agosto de 2017

O homem e a flor

O homem  levantou-se bem cedo e foi trabalhar. Tinha decidido que passaria à tarde na floricultura e compraria flores. Sim, ele estava apaixonado. Não conseguia esquecer a moça por um segundo sequer e queria fazer um mimo a ela.

Ao chegar à floricultura  ele observa as flores  e rosas em exposição.  Não sabe o nome e as espécies de nenhuma delas, mas vê uma jarro com uma linda violeta e o compra. Já imagina o sorriso nos lábios de sua amada, e também sorri.

Corre para casa para esperar a moça,  que o visitaria no dia. Espera ansiosamente e eis que ela chega, clareando a sua vida,  lhe proporcionando a sensação de êxtase.  Sim, pois era assim que ele se sentia  perto dela. O homem lhe entrega as flores, ela sorri e agradece. Ele se inquieta.  Percebera nos olhos negros da mulher uma ponta de hesitação e melancolia. Ela tenta disfarçar e o beija. Ele nada pergunta.

A noite segue normalmente e quando ao amanhecer ela se despede dele, pede para deixar a flor na casa dele mesmo, tinha um compromisso e não podia carregá-la. Depois pegaria.  Meio decepcionado o homem concorda.  Ela o beija e vai embora.

O homem olha para o lindo vaso de flor sobre a mesa e chora. Chora porque vê que as flores são belas como a possibilidade do amor, mas que aquelas flores murcharão brevemente,  assim como o amor que ele sentia pela moça.  Moça essa, que não voltou para pegar o vaso de flor. 

Márcio Ramos

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