domingo, 1 de março de 2015

Tudo o que faço ou medito

   Tudo o que faço ou medito
   Fica sempre na metade.
   Querendo, quero o infinito.
   Fazendo, nada é verdade.

   Que nojo de mim fica
   Ao olhar para o que faço!
   Minha alma é lúcida e rica
   E eu sou um mar de sargaço –

   Um mar onde bóiam lentos
   Fragmentos de um mar de além...
   Vontades ou pensamentos?
   Não o sei e sei-o bem.

Fernando Pessoa

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